Falta de opção na concorrência? Bom enredo? Protagonista super carismática? Qual a razão para uma mesma história contada tantas vezes ainda dar audiência?
"Maria do Bairro" reestreou no último dia 6 de fevereiro substituindo "Marimar" e coleciona sua quinta exibição pelo SBT. As outras foram em 1997, 1998, 2004 e 2007. Ainda assim, a história de uma menina pobre que se apaixona por um homem rico segue com uma audiência respeitosa em torno de 7 pontos no Ibope em São Paulo, beliscando a Globo, como é de praxe. Vale lembrar que "Marimar", sua antecessora no horário, já chegou a derrubar a "toda-poderosa" em algumas ocasiões. E já liderou também na média.
Agora, como será que uma história contada tantas vezes, como as telenovelas de Thalía, ainda conseguem despertar o interesse do público? A qualidade técnica é duvidosa, inclusive a de imagem, para os padrões atuais. E esse conto de fadas não estaria mais do que "manjado"? A resposta é não.
Em 1997, quando Thalía esteve no Brasil em função do êxito de "Maria do Bairro", perguntada sobre a fórmula do sucesso da trilogia da Marias, respondeu que ele se deve ao fato de ser uma história mágica e que retrata uma Cinderela dos anos 2000. Para a estrela mexicana, em um mundo cada vez mais agressivo, as pessoas tendem a buscar tramas mais ingênuas.
Em outra entrevista da época, também no ano de 1997, a dubladora de Thalía no Brasil, Guilene Conte, contou que essas novelas fazem sucesso porque sempre trazem novidades e elas só têm compromisso com o romantismo e a fantasia.
Noveleira assumida, a estudante Nathalia Andrade dia desses se pegou assistindo "Maria do Bairro" e disse à irmã que estava preferindo assistir a mexicana à "Fina Estampa", da Globo. Ela, no entanto, diz que a novela não é boa e os atores de lá atuam de maneira forçada.
Nathalia, contudo, acredita sim que a protagonista tenha algo cativante, mas ressalta que tem vergonha de dizer que assiste a novela, ela diz apenas que "gosta". Outro aspecto preponderante para que ela assista, é a falta de opção em outros canais - "Sinceramente, essa novela passa em um horário em que eu não tenho nada para fazer, assim como outras pessoas e acaba assistindo por não ter outra coisa melhor", salientou Nathalia.
Para o professor de jornalismo Igor Siquieri Savenhago, o grande sucesso das novelas mexicanas é por conta do México ser um país muito parecido com o Brasil nos seus aspectos culturais. Além disso, segundo Igor, o México é um país em desenvolvimento como o nosso, em ascensão social e a busca pelo sucesso são quesitos valorizados em ambos os países.
"A linguagem adotada nessas novelas é de fácil acesso (tradução do castelhano para o português), que se aproxima da linguagem popular, falada no dia a dia. Thalía, em suas novelas, representa um modelo de superação, de alguém que venceu dificuldades na vida e o herói, mocinho ou mocinha, são tidos como exemplos de sucesso, modelos que devem ser seguidos", finaliza Igor.
A estudante universitária e fã de novelas mexicanas Laís Lubrani pensa que essa história faz sucesso porque traz a esperança nos telespectadores que aquilo possa acontecer com eles também. Além da alegria que Thalía encara seus problemas na dramaturgia, para Laís, outro fator predominante para o sucesso é a clássica luta do bem contra o mal.
Para Bruna Magalhães, também estudante universitária, as novelas mexicanas têm uma certa "ingenuidade". Algumas atrizes cantam e dançam, como é o caso de Thalía, e isso, na visão de Bruna, ajuda. "Sem contar que a maioria das pessoas que assistem essas novelas da tarde, são donas de casa e não tem muito o que fazer", dispara a estudante.
A quarta reprise de "Maria do Bairro" está apenas começando e promete, mais uma vez, fortes enxaquecas à Globo nos próximos meses.
"Maria do Bairro" reestreou no último dia 6 de fevereiro substituindo "Marimar" e coleciona sua quinta exibição pelo SBT. As outras foram em 1997, 1998, 2004 e 2007. Ainda assim, a história de uma menina pobre que se apaixona por um homem rico segue com uma audiência respeitosa em torno de 7 pontos no Ibope em São Paulo, beliscando a Globo, como é de praxe. Vale lembrar que "Marimar", sua antecessora no horário, já chegou a derrubar a "toda-poderosa" em algumas ocasiões. E já liderou também na média.
Agora, como será que uma história contada tantas vezes, como as telenovelas de Thalía, ainda conseguem despertar o interesse do público? A qualidade técnica é duvidosa, inclusive a de imagem, para os padrões atuais. E esse conto de fadas não estaria mais do que "manjado"? A resposta é não.
Em 1997, quando Thalía esteve no Brasil em função do êxito de "Maria do Bairro", perguntada sobre a fórmula do sucesso da trilogia da Marias, respondeu que ele se deve ao fato de ser uma história mágica e que retrata uma Cinderela dos anos 2000. Para a estrela mexicana, em um mundo cada vez mais agressivo, as pessoas tendem a buscar tramas mais ingênuas.
Em outra entrevista da época, também no ano de 1997, a dubladora de Thalía no Brasil, Guilene Conte, contou que essas novelas fazem sucesso porque sempre trazem novidades e elas só têm compromisso com o romantismo e a fantasia.
Noveleira assumida, a estudante Nathalia Andrade dia desses se pegou assistindo "Maria do Bairro" e disse à irmã que estava preferindo assistir a mexicana à "Fina Estampa", da Globo. Ela, no entanto, diz que a novela não é boa e os atores de lá atuam de maneira forçada.
Nathalia, contudo, acredita sim que a protagonista tenha algo cativante, mas ressalta que tem vergonha de dizer que assiste a novela, ela diz apenas que "gosta". Outro aspecto preponderante para que ela assista, é a falta de opção em outros canais - "Sinceramente, essa novela passa em um horário em que eu não tenho nada para fazer, assim como outras pessoas e acaba assistindo por não ter outra coisa melhor", salientou Nathalia.
Para o professor de jornalismo Igor Siquieri Savenhago, o grande sucesso das novelas mexicanas é por conta do México ser um país muito parecido com o Brasil nos seus aspectos culturais. Além disso, segundo Igor, o México é um país em desenvolvimento como o nosso, em ascensão social e a busca pelo sucesso são quesitos valorizados em ambos os países.
"A linguagem adotada nessas novelas é de fácil acesso (tradução do castelhano para o português), que se aproxima da linguagem popular, falada no dia a dia. Thalía, em suas novelas, representa um modelo de superação, de alguém que venceu dificuldades na vida e o herói, mocinho ou mocinha, são tidos como exemplos de sucesso, modelos que devem ser seguidos", finaliza Igor.
A estudante universitária e fã de novelas mexicanas Laís Lubrani pensa que essa história faz sucesso porque traz a esperança nos telespectadores que aquilo possa acontecer com eles também. Além da alegria que Thalía encara seus problemas na dramaturgia, para Laís, outro fator predominante para o sucesso é a clássica luta do bem contra o mal.
Para Bruna Magalhães, também estudante universitária, as novelas mexicanas têm uma certa "ingenuidade". Algumas atrizes cantam e dançam, como é o caso de Thalía, e isso, na visão de Bruna, ajuda. "Sem contar que a maioria das pessoas que assistem essas novelas da tarde, são donas de casa e não tem muito o que fazer", dispara a estudante.
A quarta reprise de "Maria do Bairro" está apenas começando e promete, mais uma vez, fortes enxaquecas à Globo nos próximos meses.
por Thiago Forato
Na Telinha
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